Equipe de Saúde Mental de Assis inicia trabalho com família de dependentes químicos

Quarta-feira, 30 de julho de 2014

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Da Assessoria

 

A equipe de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Assis Chateaubriand iniciou um grupo de apoio às famílias de dependentes químicos, na última quinta-feira (26), através das profissionais Ana Rosa Salvalagio  - Assistente Social - e Vera Lucia Perin  - Psicóloga.

O objetivo principal é “cuidar de quem cuida”, oferecendo apoio através de escuta qualificada e orientações, em prol do empoderamento das famílias, para elas lidarem com as dificuldades decorrentes da convivência com um familiar dependente químico.

O uso abusivo de álcool e de outras drogas é considerado por muitas pessoas como falha de caráter. Essa ideia errônea dificultava muito o tratamento, e gera muito preconceito. Entretanto, cabe ressaltar que nem todos os usuários de álcool e outras drogas se tornam dependentes. Alguns seguem consumindo de vez em quando, enquanto outros não conseguem se controlar, usando de forma abusiva. Na Classificação Internacional das Doenças (CID), a dependência de álcool e de todas as substâncias psicoativas está na categoria "transtornos mentais de comportamento", sendo considerada uma doença crônica e recidivante (o doente tem recaídas), caracterizada pela busca e consumo compulsivo de drogas.

Os distúrbios e as sequelas ocasionadas pelo abuso de álcool e outras drogas têm se destacado como importante problema de saúde pública no Brasil e no Mundo. De acordo com a própria Organização Mundial de Saúde, cerca de 10% das populações dos centros urbanos de todo o mundo, consomem abusivamente substâncias psicoativas independentemente da idade, sexo, nível de instrução e poder aquisitivo.

Diante dessa realidade, as profissionais entendem que a família sofre desgaste muito grande no processo para início de recuperação quanto no apoio para manutenção do tratamento, da pessoa com problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas. E seu papel no processo de tratamento é suma importância. Porém, muitas vezes, por falta de conhecimento, e na ânsia de ajudar, a família em vez de auxiliar, acaba facilitando o processo de dependência do seu familiar. “Por isso algumas atitudes são importantes, destacamos algumas: assumir o problema e procurar informação com profissionais da área; participar de grupos de mutua-ajuda; deixar o dependente químico assumir as consequências de seus atos; não permitir agressões; deixar de ser sombra do dependente, e viver sua vida. Salienta-se também que é preciso que a família entenda que não existe um tratamento único que atenda a todos os dependentes químicos, e que o mesmo é um processo que conta com várias ações e etapas”, afirmou à psicóloga.

Como a convivência com o dependente químico provoca mudanças nas rotinas, hábitos e costumes da família, gerando impactos econômicos, práticos e emocionais, a mesma precisa de apoio, para dar conta dessa realidade.Nesse primeiro encontro, destacou-se a necessidade da família ser unida, compartilhar dificuldades e possibilidades, e principalmente dar visibilidade para ela, e não apenas para seu familiar dependente. Destacamos a fala de uma participante que disse “nestes 20 anos de luta com meu familiar esquizofrênico e alcoolista é a primeira vez que alguém se preocupa comigo”, precisamos experimentar inovações, tecer novas redes de cuidado em saúde mental, pois o cuidado da pessoa com problema decorrente do uso abusivo de álcool e outras drogas, é um trabalho complexo, e como um modo de ser, constrói-se no ensaio da experiência cotidiana.

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HORÁRIO DE ATENDIMENTO: Segunda à Sexta-Feira, das 08:00 às 12:00 - 13:30 às 17:30.

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